Os tons de cinza e os Florais de Saint Germain

O cinza está na moda, não exatamente a cor mas, sim, um tal de Sr Cinza, ou melhor, Sr. Grey, Christian Grey, personagem de um grande sucesso editorial.

O Sr.Grey vem sendo alvo das rodinhas de conversas entre jovens casais, das dúvidas levadas aos consultórios dos ginecologistas, das conversas entre quatro paredes e, por aí vai…É que o personagem enigmático de Grey tem um jeito nada convencional de relacionar-se que, aos poucos, vai-se revelando consequência dos traumas do seu passado.

A questão é que os traumas do Sr Grey não existem só na ficção. Infelizmente, maus tratos, fome, violência e abusos de todos os tipos são comuns a milhões de crianças em todo o mundo. Muitas, diferente do personagem da trilogia, não chegam nem à fase adulta, quanto mais a serem bem sucedidas profissionalmente. O mundo do crime, das drogas, do trabalho escravo e/ou da prostituição é o caminho da maioria… E é, justamente, por estas crianças que escrevo hoje.

Sr. Grey lembrou-me de alguns casos que passaram por mim, no trabalho social exercido no Os Seareiros/Núcleo Mãe Maria ou na minha clínica particular, onde os Florais de Saint Germain foram de vital importância na transformação de padrões disfuncionais em crianças ou em adultos: do sadismo e crueldade aos excessos e/ou bloqueios da sexualidade, dentre outros..

Violência e crueldade…

João, nome fictício, por exemplo, foi responsável pela minha rendição ao uso dos Florais de Saint Germain. Eu já havia feito muitos cursos com a pesquisadora Neide Margonari, mas ainda relutava em usá-los com meus clientes. Naquela época, as polêmicas eram muitas nos cursos da Neide. Eu ficava dividida em experimentá-los junto aqueles que eu já tinha muita segurança – Bach, Califórnia, Minas, Austrália, Alasca… Mas com João não teve jeito. A criança vinha em tratamento comigo, por quase um ano, já usando outros florais. Era um caso difícil. O menino, aos seis anos, já havia sido expulso duas vezes das escolas (jardins) que freqüentara. Estava prestes a ser expulso da terceira. Sua permanência na escola foi condicionada a tratamento psicológico, no caso, a psicopedagogia e os florais.

Findo o primeiro ano, João estava ótimo. Tinha amigos dentro e fora da escola. Tudo bem. No entanto, em função do desenho em sua última consulta daquele ano, alertei sua mãe para o fato de que aquele comportamento poderia ser só fachada. João guardava um monstro dentro de si.

Não tardou muito para que este viesse à tona. Ao passar de ano e mudar-se para um prédio maior, João sentiu-se acuado pelos meninos maiores e a agressividade voltou a todo vapor. Psicólogos, psiquiatra… nada conseguia acalmá-lo.

Na primeira consulta floral daquele ano, João era a raiva em pessoa. Com muita relutância, aceitou desenhar. A raiva começou a sair de si, passando para o papel. Ele me explicava o desenho passo a passo, com requintes de crueldade. O piloto, cujo avião fora atingido no bombardeio não teria escapatória. Seu pára-quedas ia cair num prédio em chamas. E o menino fazia as chamas crescerem para envolver o piloto. Eu olhava para aquele desenho e via um cenário de guerra. De repente, lembrei-me das falas da Neide com relação ao floral Focum – memórias traumatizantes… traumas violentos desta ou de outras vidas … Decidi arriscar. Precisávamos de uma resposta rápida. E aí, junto aos outros florais que João já vinha fazendo uso, dentre estes os de Bach, Holly e Vine, incluí também Focum, Grevílea, Grandiflora e Incensum. Aguardei ansiosa por nosso próximo encontro.

Deu certo!! A transformação do menino foi rápida, deixando todos impressionados. Deste dia em diante, os Florais de Saint Germain entraram, definitivamente, na minha prática terapêutica.

Sexualidade…

No tocante a sexualidade também: dos bloqueios aos excessos. Infelizmente, minha experiência com as flores do sistema foi construída a partir dos resultados obtidos em crianças também. É que a sexualidade é, muitas vezes, a única forma que uma criança ou um jovem, que sofreu maus tratos, encontra para se dar prazer.

Lembro-me do caso de uma menina, caçula de três irmãos, pai assassinado e mãe presa. As crianças ficaram sob a guarda de uma madrinha e seu marido. Não passou muito tempo para que o casal enviasse as crianças mais velhas para um abrigo. A menor ficou. No entanto, desenvolveu o hábito de masturbar-se frequentemente e na frente de qualquer pessoa. Apanhava do padrinho, mas continuava com o hábito. Passou a fazer isto em sala de aula e, cada vez que os responsáveis eram chamados, apanhava de novo. O casal estava a ponto de enviar a menina para o abrigo também.

Numa destas últimas chamadas da escola, a madrinha foi encaminhada para o Núcleo Mãe Maria e, logo em seguida, a mim, para preparar um socorro para a menina. Se a circunstância voltasse a acontecer, a criança seria expulsa da escola.

Não conheci a menina naquele dia. Apenas escutei o relato da madrinha e prescrevi os florais para ela – 2 frascos. A transformação da criança foi total. Passou a freqüentar a instituição também e todos que a conheciam relatavam sua mudança. Era considerada uma criança exemplar, prestativa e criativa…

Não foi um milagre mas, sim, uma atuação conjunta de várias essências florais com destaque para Tuia, Flor Branca e Incensum do Sistema de Saint Germain.

Como esta criança, atendi várias. A sexualidade nas escolas e instituições sociais é uma questão das mais sérias. Infâncias interrompidas, traumas para toda uma vida…

As essências florais como um todo, são dádivas amorosas da mãe Terra para que possamos atuar de forma compassiva entre nossos irmãos. Cada pesquisador que recebe o chamado para preparar essências florais está sendo apenas um instrumento entre a natureza e aqueles que precisam de seus efeitos curadores. Cabe ao terapeuta floral o uso consciente e fraterno destas bênçãos, para aliviar o sofrimento daqueles que nos procuram. À Neide Margonari e sua equipe, minha profunda gratidão.