Os dois Franciscos e a rede que une terapeutas florais em todo o mundo

É que, desde o início de seu papado, a escolha do nome Francisco suscitou-me a vontade de conhecê-lo. Quem é este novo Papa que busca inspiração na vida e na obra de São Francisco de Assis? Quem é este novo Papa que vem pregar a simplicidade, a humildade e a compaixão, resgatando valores tão distantes, não só da sociedade como da sua própria Igreja?

Para minha alegria, o Papa Francisco não só mostrou-se fiel ao nome que carrega, como inspirou-nos na fé e na esperança por um mundo de mais justiça e paz.  Suas sábias palavras dirigidas a todos, especialmente aos jovens e aos governantes, sua abertura para o diálogo entre religiões e suas posturas “indisciplinadas” com relação a sua própria segurança – que ele credita a sua fé, mostram-nos que estamos diante de alguém com forte vontade e ideais para fazer mais pelo mundo. Além disto, sua reverência à Maria, mãe de Jesus, em todos os eventos da JMJ e, especialmente, ao visitar o Santuário Nacional de Aparecida, fez com que ele entrasse, de vez, em meu coração.

Coincidentemente, simplicidade, humildade e compaixão são também os pilares da  obra de Edward Bach – que, muito provavelmente, o Santo Padre ainda não deve conhecer. No entanto, nós terapeutas florais sabemos que o Dr. Bach, na sua juventude, ficou indeciso entre que caminho seguir – o Sacerdócio ou a Medicina. Optou por esta última e terminou desenvolvendo um sistema de cura capaz de conjugar estes dois chamados de sua alma. A profissão virou missão: um chamado para um serviço maior.

Por este motivo, estas duas vertentes da Terapia Floral também estão presentes entre aqueles que a praticam. Para alguns, ela é apenas uma especialidade a juntar-se a outras no exercício de uma carreira. Para outros, a terapia floral é uma missão ditada pelo coração. Quantos de nós, terapeutas florais, são também missionários? Quem nos recrutou para este serviço maior?

É aí que entra o outro Francisco, independente de outros nomes que ele possa ter em diferentes vertentes religiosas.

No meu caso, o chamado para Terapia Floral foi tão forte que abri mão de minha carreira na engenharia. No entanto, naquela época, eu nem desconfiava que por trás disto havia uma razão maior. Minha ficha só começou a cair no primeiro curso que fiz com os pesquisadores da Califórnia, Patricia Kaminski e Richard Katz, em 1996. Ao explicar sobre a Holly, dos Florais de Bach, e seu simbolismo, Patrícia trouxe-nos a oração de São Francisco de Assis, para ilustrar suas qualidades de cura. Para ela, esta oração traduz o trabalho maior de toda a Terapia Floral. Minha emoção foi tão forte que, enfim, entendi o chamado e rendi-me ao serviço.

A partir daquele dia, São Francisco não só entrou na minha vida para valer, como dei início ao trabalho voluntário com florais. Logo depois, viriam as crianças no Núcleo Mãe Maria, onde a missão começaria a clarear. Um outro Francisco, desta vez, um adolescente, fez minha relação com Patricia Kaminski e, por conseguinte, com a Flower Essence Society, ficar ainda mais forte. Com Patricia, aprendi também a preparar altares para honrar os mentores e pioneiros deste trabalho com as flores. Em retribuição, hoje em sua casa,  Terra Flora, há várias versões brasileiras deste santo. Idem na minha. Além disto, sempre que possível, a imagem de São Francisco de Assis está presente onde realizo meus cursos. 

Conhecido como padroeiro da natureza e dos animais, ainda que forma inconsciente para muitos, Francisco de Assis é um dos grandes mentores do trabalho compassivo com as essências florais, unindo terapeutas de todo o mundo em prol do bem maior.