Rock Rose – a “rosa” da transformação

Rock Rose ( Helianthemum nummularium ) é o floral de Bach para medos intensos: aqueles medos mais profundos que nos paralisam, ou seja, para o pânico ou terror. É indicado para todas as circunstâncias de emergência, nos grandes sustos, nas batalhas entre a vida e a morte, dentre outros.

Foi um dos últimos florais da primeira fase da pesquisa do Dr. Bach – os Doze Curadores. Faz parte da famosa fórmula de emergência-  Rescue ou Five Flower Remedy, como também é chamado.

Sua florada acontece, normalmente, a partir de meados de Maio a Agosto, sendo comum encontrá-la no jardim do Bach Centre ou no da Healingherbs, neste período. No entanto, encontrar a Rock Rose em seu habitat verdadeiro não é assim tão simples. Ela gosta de terrenos secos, altos, bem ensolarados e de rocha calcária.

Este ano, tive esta grata surpresa ao visitar a região costeira de Dorset, em meados de Maio. Fui com minha amiga, Vicky, conhecer a famosa costa jurássica, ao sul da Inglaterra, e seus monumentos naturais, dentre os quais o Durdle Door.

Estava totalmente a turismo, após os dois primeiros meses de intensa atividade entre a Inglaterra e Portugal. Assim, viajei, meramente, com o objetivo de conhecer mais a Inglaterra. Eu não tinha a menor ideia do que poderia encontrar.

A região surpreendeu-me com sua beleza bucólica e litorânea. No campo, muitos daqueles chalés com telhado de sapê, tão retratados nos filmes rodados na Inglaterra. No litoral, o mar de um azul turquesa e a costa branca, devido os penhascos que a margeiam. Uma visão paradisíaca!

A chamada costa jurássica é um grande sítio paleontológico protegido pela UNESCO. Conchas fossilizadas e pedras roladas compõem a praia… A rocha calcária chega a ser tão branca, que parece que estamos caminhando sobre o gesso ou giz. Por outro lado, as ondas do mar encarregam-se de rolar as pedras, efetuando um processo de erosão contínuo, rítmico e barulhento…

Estava eu maravilhada com a vista, e subindo, devagar, a trilha que me levaria ao Durdle Door, quando ouvi o barulho de um helicóptero. Era uma emergência. Alguém havia passado mal ou se contundido, ao descer para a praia, numa das pequenas enseadas da Lulworth Cove.

Aproveitei a movimentação do resgate para ir tomando fôlego frente a longa e íngreme subida. Subia um pouco e parava para ver o que estava acontecendo lá em baixo.

Ao meu lado, só uma vegetação seca e ilhas de Gorse salpicadas nas colinas da costa. Foi aí que a trilha foi ficando mais branca e eu impressionada com a brancura daquele chão…Comecei a ver algumas plantinhas com flores amarelas na fina camada de solo que margeava a trilha. Eram umas pequenas leguminosas, com flores em formato de borboleta, como as da Gorse e da Scotch Broom, da Califórnia. Uma fabáceazinha. Subi mais um pouco e avistei outras flores amarelinhas. Nossa! Aquelas pareciam ser diferentes!

Um estímulo para eu subir mais rápido…E aí, reconheci, de imediato, a criatura! ROCK ROSE!!!! Seria possível? Sabia que ela ainda levaria algum tempo para florescer no Bach Centre…No entanto, era ela…pequena, ainda, mas já linda – as primeiras flores despontando, como moedas de ouro radiantes, naquele solo tão branco.

Rock Rose não é uma rosa de verdade. É uma cistácea. No entanto, seus estames numerosos e suas cinco pétalas delicadas fizeram com que os antigos a confundissem com uma rosácea. Daí o seu nome – Rosa rupestre ou rosa da pedra/rocha.

Seu habitat é o cenário vivo de um grande processo de transformação da Terra, mostrando-nos que morte é, apenas, a passagem de uma forma para outra. Morte e transformação caminham juntas. Por conseguinte, aquele que tem medo de morrer, tem medo de transformar. Corre o risco de ficar no passado ou enrijecer o pensamento, dificultando o leve fluir e a renovação da vida.

Portanto, a pequena e luminosa Rock Rose é fundamental para enfrentarmos, não só o medo da morte, como também, os grandes períodos de mudanças ou de transformação, lembrando-nos que “como filhos do Criador, Centelhas da Vida Divina, somos invencíveis, indestrutíveis e imbatíveis”.( Bach, Cura-te a ti mesmo ). 

P.S. ao voltar para o estacionamento, descobri que o resgate fora para uma pessoa que havia quebrado a perna, ao descer uma das trilhas, para as formações da Lulworth Cove, e não tinha como subir de volta…