Praticando o olhar de Edward Bach no Jardim Botânico de Curitiba

Dizem que Curitiba é a mais europeia das capitais brasileiras. Para mim, ela é o lugar onde sinto-me mais próxima da Inglaterra, estando no Brasil. A começar, pela névoa que, muitas vezes, encobre a cidade, dificultando, até, enxergarmos perfil das araucárias… Depois, vem a quantidade de dias cinzentos ou nublados – um recorde nacional! Temos que estar com a luz interior bem acesa para não cairmos na depressão por falta de sol…

Apesar destas semelhanças, nem sempre agradáveis, a cidade oferece-me outros atrativos que terminam compensando o frio, a névoa e os dias cinzentos. Um deles, é o Jardim Botânico. Uma simples caminhada, pode fazer o meu dia. Depois que descobri o jardim exótico, então, com espécies do hemisfério norte, sempre dou uma passadinha por lá, para conferir o que está acontecendo, especialmente, com as ¨primas¨ dos Florais de Bach.

Dias atrás, após um breve período ausente de Curitiba, tive a grata confirmação de um exemplar muito próximo da Populus tremula, árvore, que dá origem ao Floral de nome Aspen.

Há muito vinha acompanhando esta pequena árvore. A cor cinza clara do tronco e as marcas características no mesmo, chamaram-me a atenção. No entanto, as folhas custaram a vir. Pensei que ela não iria mais brotar. Parece que a árvore está fazendo um grande esforço para sobreviver ao local onde foi plantada: próximo a lanchonete.

No entanto, ao estacionar o carro e olhar em sua direção, fui surpreendida com o balançar verde prata de sua copa – um balançar característico de Aspen. Definitivamente, a pequena árvore era/é uma Populus! As folhas diferem um pouco da  P. tremula: são menos arredondadas. No entanto, a coloração é a mesma…um exemplar/espécie muito próximo(a)- possivelmente um híbrido desta, conforme opinião do mestre, Julian Barnard.

Com isto, parte da aula do módulo deste mês da formação em Florais de Bach, foi transferida para o Jardim Botânico.  A intenção era a de que as alunas pudessem ter uma vivência de observação das espécies “primas” às escolhidas pelo Dr. Bach para alguns de seus florais das duas últimas séries: 7 auxiliares e 19 complementares.

Começamos pelas cerejeiras da entrada do jardim, primas da nossa Cherry Plum, para ter uma noção do aspecto do caule, das bordas das folhas e também, dos frutos. Aqui em Curitiba, é possível ver muitas cerejeiras japonesas (Prunus campanulata ) em alguns parques ou em determinadas avenidas. Como sua parente dos Florais de Bach, a Prunus cerasifera, elas florescem ainda no inverno, colorindo os dias com suas flores rosas, a primeira, ou brancas alvíssimas, como na Cherry Plum.

Depois, fomos para o álamo, “primo” de Aspen, onde as alunas puderam observar a coloração das folhas, a espessura dos talos que as sustentam, a cor e os sinais no tronco, etc…Também observaram os novos brotos da árvore ao seu redor…

No caminho para as coníferas, encontramos algumas oliveiras ( Olive )  e pinheiros semelhantes ( primos ) a Pine e Larch.

Perto dos exemplares de Carvalho ( primos de Oak ), encontramos, ainda, uma espécie de salgueiro bem próxima à Salix vitelina de Bach: com galhos amarelados direcionados para cima. Um exemplar que, infelizmente, está bastante sofrido, em função do lugar em que foi plantado.

Assim, sou imensamente grata aos responsáveis idealizadores do jardim exótico do Jardim Botânico de Curitiba – uma providência que beneficia, em muito, os estudiosos da botânica. A possibilidade de observar ao vivo, aqui no Brasil, gêneros e espécies relacionados à pesquisa dos Florais de Bach, amplia o entendimento destes, tornando o aprendizado inesquecível.